
A educação transnacional acaba de evoluir na Europa! A Comissão Europeia anunciou os primeiros 17 projetos que receberão financiamento por três anos da prestigiosa iniciativa Universidades Europeias, fundada pelo programa Erasmus+. As alianças foram selecionadas dentre 54 inscrições e envolvem 114 instituições de ensino superior de 24 membros da União Europeia. A avaliação do projeto foi feita por especialistas externos apontados pela Comissão, como reitores, professores e pesquisadores.
As “Universidades Europeias” são grupos transnacionais de educação superior formados por instituições de toda a UE que compartilham estratégias de longa duração (para os próximos 20 a 30 anos) e promovem a identidade e valores europeus. Cada aliança é formada por até sete Universidades e receberá um investimento de até € 5 milhões nos próximos três anos para construir colaborações.
Os objetivos das Universidades Europeias
Uma das principais intenções da iniciativa – assim como uma intenção principal da educação transnacional – é incentivar as próximas gerações de estudantes a vivenciar a Europa ao estudar em diferentes países.
As Universidades Europeias funcionarão como campi “interuniversitários”, reunindo especializações, plataformas e recursos para possibilitar que o corpo discente e docente tenham fácil mobilidade, inclusive para participar de grades curriculares e módulos conjuntos. O currículo será bastante flexível e permitirá que os estudantes personalizem a sua educação acadêmica.
Isso pode significar cursar parte dos estudos tanto presencial quanto virtualmente em instituições distintas que fazem parte das alianças; e, para as universidades, significa até mesmo desenvolver cursos e instalações de pesquisa complementares.
Essas redes também são incentivadas a contribuir com o desenvolvimento econômico sustentável das regiões onde estão localizadas. Algumas alianças abrangem todas as disciplinas, outras possuem foco específico em alguma área, como sustentabilidade urbana, ciências sociais ou saúde global. O propósito final do projeto é estabelecer uma Área de Educação Europeia até 2025, uma proposta iniciada no final de 2017 pelos líderes da Comissão Europeia.
Por um aspecto mais político, o nascimento da rede foi acalorado pelo receio de que o Brexit prejudicasse o futuro da UE. A ideia é continuar a fortalecer a competitividade das universidades europeias internacionalmente, comparadas às melhores instituições dos Estados Unidos e da Ásia, e ao mesmo tempo reforçar o senso de valores europeus comuns.
Curiosamente, por conta do Brexit ou não, apenas duas universidades do Reino Unido constam entre as alianças selecionadas.
As alianças selecionadas
A seleção das Universidades Europeias inclui uma ampla variedade de instituições educacionais da EU, desde universidades técnicas e de ciências aplicadas até de belas artes e de pesquisa intensa. O valor original dedicado à iniciativa de € 60 milhões da Erasmus+ cresceu para € 85 milhões, permitindo que o financiamento englobasse 17 alianças ao invés das 12 inicialmente previstas.
As alianças são as seguintes:
• UNA Europa (1EUROPE)
• The 4EU+ Alliance (4EU+)
• ARQUS European University Alliance (ARQUS)
• CHARM European University (CHARMEU)
• CIVICA – The European University in social sciences (CIVICA)
• CIVIS – A European civic university alliance (CIVIS)
• European University for Smart Urban Coastal Sustainability (CONEXUS)
• ECIU University (ECIUn)
• European Digital UniverCity (EDUC)
• European Partnership for an Innovative Campus Unifying Regions (EPICUR)
• Alliance for common fine arts curriculum (EU4ART)
• European University Alliance for Global Health (EUGLOH)
• European Universities Transforming to an Open, Inclusive Academy for 2050 (EUTOPIA)
• Fostering Outreach within European Regions, Transnational Higher Education and Mobility (FORTHEM)
• The European University of the Seas (SEA-EU)
• University Network for Innovation, Technology and Engineering (UNITE!)
• Young Universities for the Future of Europe (YUFE).
Os princípios das alianças
Segundo o site oficial da Comissão Europeia, estes foram os princípios para a formação das alianças:
- Ter no mínimo três instituições de ensino superior que fazem parte da União Europeia ou programa Erasmus;
- As alianças precisam de uma estratégia de longa duração com foco em sustentabilidade, excelência e valores europeus;
- Os parceiros dentro da aliança devem ser de partes diferentes da Europa;
- Os estudantes podem criar seu próprio currículo que resulte em um diploma acadêmico europeu;
- Melhorar a mobilidade de estudantes e projetos conjuntos de pesquisa para equipes acadêmicas;
- Os estudantes, acadêmicos e parceiros externos devem cooperar em equipes, abrangendo diferentes disciplinas que lidem com grandes questões enfrentadas pela Europa, como mudança climática e agricultura sustentável.
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Fontes: The Pie News e University World News.
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