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Estude no exterior : Antes de partir

Crise econômica motiva brasileiros a estudar no exterior

Planejamento, agências e descontos especiais: como driblar a crise econômica e encontrar a melhor opção de estudos no exterior

Crise econômica motiva brasileiros a estudar no exterior

 

Crise é sinônimo de instabilidade e preços altos. Para quem estava planejando estudar no exterior em 2015, pode ser que o sonho tenha sido adiado. E não é de se espantar... Se normalmente uma viagem exige um investimento significativo, com a alta das moedas estrangeiras, o número deve aumentar. O dólar passa dos R$ 3,60 no momento em que esta matéria foi escrita*. O euro está cotado em R$ 4,13 e a libra, então, astronômicos R$ 5,62.

A incerteza sobre a cotação das moedas estrangeiras influencia no valor de tudo: da viagem, do curso, da acomodação e até (ou principalmente) no tanto que você deverá levar com você para se manter durante os estudos. Os números complicam, mas nem sempre funcionam como freio. Na verdade, apesar da conversão das moedas barrarem muitos interessados, a crise tem sido o motivo principal do intercâmbio de inúmeras pessoas. Porque a lista de prós é maior do que a de contras. Entre elas, a necessidade de qualificação educacional e profissional torna-se mais evidente durante a crise.

Catalogos universitoarios

“Os brasileiros estão buscando cursos mais longos e que irão dar um up na carreira quando voltarem. Eles estão tentando trazer maior valor no currículo”, diz Bruno Contrera, Coordenador de Produto da agência do Student Travel Bureau (STB) na Faria Lima, em São Paulo, especializada em educação internacional no Brasil. Segundo ele, aproximadamente 60 mil estudantes irão para o exterior em 2015 pelo STB – uma média que se mantém anualmente. “Os estudantes buscam acomodações mais em conta sim, porém, têm buscado uma duração maior de curso para que possam voltar especializados quando a crise passar. As pessoas têm se planejado mais para viajar e estão evitando viagens curtas, buscando cursos de especialização nas áreas.”

 

Fugindo da crise

 

Este é o caso de Luciana Caplan Argenton e Queiroz, 42, que viajará para estudar inglês em Irvine, na Califórnia. Ela, o marido e as filhas de quatro e um ano se mudarão para os Estados Unidos em setembro, onde passarão uma temporada de 52 semanas. No entanto, há ainda outro motivo que a fez procurar um curso no exterior: fugir da crise. “A crise institucional nos levou a sentir mais motivados em estar longe”, explica a Doutora em Direitos Humanos e Desenvolvimento pela Universidad Pablo de Olavide. A curitibana mora em Campinas desde 2000 e acertou os detalhes da viagem pelo Student Travel Bureau. Luciana estudará na escola Kaplan International English.

 

“A viagem foi decidida e encaminhada no mês de julho deste ano. Estou cursando um mestrado online em Direito Norte Americano. Meu inglês é razoável, mas não fluente. A fluência está fazendo falta para aproveitar melhor o programa”, explica ela. “Além disso, une-se o útil ao agradável e torna-se possível ficar um pouco longe de nosso país nesta crise institucional e de valores que se instalou.”

 

Qualificação educacional e profissional

 

Mesmo com a libra cara, Renato Raga, 41 anos, optou por Londres como destino de estudo, uma das capitais mundiais da moda. “Minha vontade inicial era ir para Londres, mas, com a libra cada vez mais cara, resolvi ir para Dublin. No entanto, depois de muito pesquisar, o fato de a cidade não ter nada em relação à minha área de atuação, que é moda, me fez investir mais e ir para Londres. Comprei três meses de curso e fico um mês em casa de família.”, conta Raga, que é estilista e professor em São Paulo. A saída foi encurtar a estadia: “Essa crise mudou meus planos, que eram ficar um ano estudando em Londres”.

 

Mesmo por um período menor, o paulistano viaja em setembro para Londres, para estudar um curso de inglês geral na English Embassy, e acredita que os seus objetivos serão alcançados. “A minha motivação principal para buscar um intercâmbio foi para ter a experiência de conhecer outros costumes, outras línguas, ver as coisas de outra maneira”, explica. “Eu trabalho com moda e sei bem como se faz para mudar a parte externa, mas eu quero, com essa viagem, mudar a parte interna e para melhor.”

 

Planejamento é a alma do negócio

 

O estilista também alerta ao fator principal para quem quer estudar no exterior durante a crise: planejamento prévio e minucioso. “Comecei minhas pesquisas de intercâmbio tem um ano e cheguei a  ir a oito agências”, conta ele, que acertou os detalhes de sua viagem com o intermédio da agência Roda Mundo, em São Paulo.

 

Com pesquisa, o intercambista consegue encontrar as melhores ofertas, opções de bolsas de estudo e até mesmo promoções de passagens aéreas. “Saber qual a cidade que está buscando e o custo de vida antes de qualquer cotação é de extrema importância para não se assustar com o valor que será gasto para o dia a dia”, recomenda Contrera. Cientes da crise, algumas escolas internacionais de inglês têm oferecido descontos especiais aos intercambistas brasileiros. Segundo o Coordenador da STB, escolas como a Embassy English, ELS English e a Eurocentres têm pacotes promocionais para o Brasil.

 

A crise também tem influenciado a escolha do destino de estudo. Os países que comumente mais atraem estudantes internacionais, como Estados Unidos e Inglaterra, perdem um pouco o foco para países como Austrália, Nova Zelândia e Canadá. “[A crise] gerou um aumento de demanda para esses destinos por serem países que dão a possibilidade de o estudante trabalhar dependendo da quantidade de semanas e o seu tipo de curso, além de ter uma moeda mais baixa”. O dólar canadense custa R$ 2,78; o australiano, R$ 2,58; e o neozelandês, R$ 2,32*. A Austrália, por exemplo, permite 40 horas de trabalho quinzenais a estudantes no país com um visto de estudante. Estes dois fatores ajudam na hora de planejar o orçamento do intercâmbio.

 

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*Conversão de acordo com o Yahoo! Finance no dia 1º de setembro de 2015.

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