
O governo do Reino Unido anunciou maior flexibilidade às universidades para os exames de proficiência na língua inglesa durante a pandemia. Medidas de suavização ou alternativas para testar o nível de proficiência dos futuros candidatos têm sido discutidas e adotadas por governos e universidades de outros destinos de estudo pelo mundo.
Universidades britânicas com um “histórico de conformidade” têm aprovação do governo para autoavaliar os estudantes com um nível B1 em inglês e progredi-los ao curso acadêmico principal de acordo com o desempenho em um curso de inglês pré-sazonal.
Isso significa que os estudantes poderão ser admitidos com um nível menor de fluência no inglês do que de costume desde que estudem o idioma na universidade e consigam melhorar a proficiência antes do início das aulas da graduação.
Isso se deve principalmente aos centros oficiais de testes fechados em quarentena, como os do IELTS e do TOEFL. A nova regra valerá para os estudantes internacionais que precisam prestar uma destas provas, mas que não terão acesso a um centro; e também às instituição sem o status de “histórico de conformidade” por consequência de um registro pendente no OfS (Office for Students).
Outras mudanças nos testes de proficiência: Duolingo aceito no exterior
Além da nova regra do governo, as universidades do mundo inteiro têm estipulado novos requisitos em concordância com a demanda atual de pandemia e segurança mundial.
A University of Glasgow, por exemplo, na Escócia, estendeu a validade dos exames IELTS e TOEFL para quatro anos e cinco meses (ao invés de dois anos e cinco meses) e também aceitará resultados no TOEFL At Home e TOEFL MyBest. Além disso, a Glasgow adicionou o Duolingo English Test como teste oficial para admissão na universidade. Dependendo da nota, o estudante pode ser selecionado para começar diretamente no curso acadêmico ou então no programa de inglês pré-sazonal da Glasgow.
A estratégia de recorrer ao Duolingo English Test também foi uma escolha de universidades de outros países como a americana University of Missouri. Ela aceitará provisoriamente o teste depois de analisar quantos estudantes internacionais do novo ciclo de inscrições ainda precisavam enviar os resultados nas provas de proficiência.
Embora usado como plano B por instituições de ensino superior, o teste do Duolingo gera divergências por não ter nenhuma autenticação de um examinador humano. Toda a avaliação é feita por meio da tecnologia. No entanto, no momento, realizar o exame cem por cento online de qualquer parte do mundo é uma saída viável. Nos Estados Unidos, de 600 faculdades e universidades trabalhando com a Duolingo em dezembro de 2019, o número subiu para mais de 1.000 já em fevereiro de 2020.
Ausência dos estudantes não acarretará a perda do visto no Reino Unido
Outra atualização anunciada pelo governo do Reino Unido é que o ministério não tomará nenhuma medida coerciva com instituições cujos estudantes deverão ter uma longa ausência por causa do coronavírus.
Dessa forma, não há a necessidade por parte das universidades de relatar a ausência de alunos que não puderem comparecer por mais de 60 dias. Os alunos, por sua vez, também correm o risco de perder o visto Tier 4.
A regra é vigente desde que a situação seja resultado direto da pandemia do Covid-19 – seja por motivo de doença, necessidade de isolamento ou incapacidade de viajar devido às restrições mundiais – e os estudantes pretenderem retomar os estudos assim que possível.
As universidades britânicas também podem manter os vistos Tier 4 dos estudantes que continuarem seus estudos por meio do aprendizado a distância, seja no Reino Unido ou em outro país.
Entretanto, o visto perde a validade para os novos alunos admitidos que tiverem de começar os estudos online por não conseguirem viajar ao Reino Unido.
Trabalhar em tempo integral no Canadá
O Canadá suspendeu até o dia 31 de agosto as restrições que proíbem estudantes internacionais de trabalhar mais de 20 horas por semana durante o ano letivo. Se os empregos dos estrangeiros com visto de estudante no país foram considerados “essenciais” eles poderão trabalhar integralmente.
Esta é uma tentativa do governo canadense de ajudar os estudantes a se manter no país, mas também de complementar a mão de obra em áreas-chave ao combate ao Covid-19, como saúde, infraestrutura crítica e fornecimento de alimentos.
De acordo com o Statistics Canada, havia mais de 11.000 estudantes internacionais matriculados em cursos da área de Saúde de faculdades e universidades do Canadá em 2018. Este número representa aproximadamente quatro por cento de todos os estudantes de saúde no país.
A suspensão do limite de horas de trabalho semanais fornece aos serviços de saúde canadenses acesso a trabalhadores adicionais bem treinados em um momento de necessidade.
Datas incerta de retorno das aulas
O retorno às aulas ainda é incerto. A grande maioria das universidades ainda avalia a situação a fim de procurar a melhor solução não só para retomar às aulas novamente, mas também de não atrasar os cursos se a quarentena precisar se estender de novo.
A University of Aberdeen, outras instituição escocesa, já anunciou o retorno das atividades presenciais no dia 21 de setembro, quando o ano letivo 2020/2021 terá início no campus. Embora já tenha uma data, ela reconhece que ainda precisará desenvolver flexibilidades adicionais no formato do ensino e aprendizado para atender a todas as circunstâncias de seus estudantes, professores e colaboradores.
A Bristol, University of the West of England (UWE Bristol) mudou todas as aulas para o ambiente virtual até o final do ano letivo em andamento, para que os alunos possam concluir os estudos remotamente sem muito prejuízo ou atraso.
Nos Estados Unidos, a Texas State University estendeu o prazo final de inscrições para o próximo ano letivo. Candidatos a graduações têm até 1º de agosto de 2020 para se inscrever, enquanto as inscrições para as pós-graduações vão até o dia 1º de julho, apesar de a data poder variar de acordo com o curso.
Novas atualizações são publicadas todos os dias. O ideal, no momento, é manter-se em alerta e visitar regularmente os sites oficiais das universidades e do governo de cada país para entender como proceder com o plano de estudar no exterior.
Leia o anúncio do governo do Reino Unido na íntegra.
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