
Maura Leão, presidente da Belta, e Danilo Torini, um dos responsáveis pela Pesquisa Selo Belta, apresentam os resultados da edição e 2019 em São Paulo.
O mercado de intercâmbio no Brasil registrou um recorde de 365 mil estudantes brasileiros no exterior em 2018. Isso é o que aponta a nova Pesquisa Selo Belta anunciada nesta terça-feira (10) em coletiva de imprensa em São Paulo. Contando com as participação de seis mil respondentes, pouca coisa mudou na sua quarta edição: o Canadá e os cursos de idioma continuam sendo as escolhas mais populares de destino e estudos no exterior entre os brasileiros. No entanto, o interesse por uma formação acadêmica no exterior cresceu por uma série de razões.
A graduação passou a ocupar o quarto lugar entre os produtos mais procurados pelos brasileiros nas agências associadas à Belta, que representam 75% do mercado nacional. Em relação à edição anterior, os bacharelados finalmente chegam ao top 5, trocando posição com o curso profissional em sexto lugar em 2018.
Os principais fatores que auxiliam esse crescimento são o número cada vez maior de escolas internacionais e bilíngues no Brasil, que preparam o estudante com os requisitos necessários para a admissão direta no exterior, e também os pais que estão preferindo investir em uma formação acadêmica internacional para os seus filhos ao invés de em um intercâmbio de High School (ensino médio).
Apesar de a crise econômica e política aparecem em todos os aspectos que desfavorecem as vendas das agências de intercâmbio (como, por exemplo, a valorização do dólar e a redução do poder aquisitivo dos clientes), de acordo com Maura Leão, presidente da Belta – Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio, responsável por encomendar a pesquisa, sempre que há crise econômica, a procura por cursos lato sensu volta a crescer, incluindo pós-graduações e MBAs.
Além disso, mesmo com as políticas anti-imigração de Trump e o Brexit, Estados Unidos e Reino Unido continuam bem colocados no ranking dos destinos de estudo mais desejados, respectivamente em segundo e terceiro lugar.
Envelhecimento na faixa etária
O interesse por graduações e pós-graduações no exterior pode ser notado, inclusive, no envelhecimento da faixa etária das pessoas que procuraram por intercâmbios em 2018. Entre os que de fato viajaram, a maior porcentagem pertencia a faixa dos 18 a 21 anos. Entretanto, as idades dos 22 aos 24 e dos 25 aos 29, juntas, representaram 44,4% dos intercambistas em 2018. A média geral apontada pela pesquisa é 23,9 anos.
Um dos destaques, no entanto, foi o aumento da procura por estudos no exterior entre as pessoas de 50 anos ou mais, com 3,9% - um valor maior do que a faixa dos 15 anos (apenas 1%). Esta é mais uma prova de que não há idade certa para estudar no exterior!
Cursos e destinos
Maura Leão, presidente da Belta, durante coletiva.
Em 2018, os cursos de idiomas foram os mais procurados e também os mais vendidos pelas agências. De acordo com os brasileiros que viajaram no ano passado, 47% estudaram um idioma e 13% fizeram uma graduação. Entre as línguas estrangerias, o inglês continua a predominar, com 87,22%, apesar de outros idiomas terem crescido em popularidade, principalmente o espanhol e italiano.
Uma possível interpretação destes dados é que o brasileiro tenha começado a se preocupar em conquistar proficiência em um segundo idioma estrangeiro, além da já obrigatória fluência na língua inglesa. A Espanha, inclusive, aparece pela primeira vez em sexto lugar como destino de estudo mais procurado, atrás dos países mais famosos entre os brasileiros: Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda e Austrália.
Os objetivos para um intercâmbio
Os fatores que mais influenciam os brasileiros em sua escolha por um destino de estudo no exterior ainda são a qualidade de vida no país e a sua localização, seguidos por estilo de vida e existência de belezas naturais.
Embora a procura por graduações e pós-graduações tenha crescido em 2018 e os estudantes se interessem cada vez mais por países que permitem trabalhar durante os estudos – o que explica Malta ter sido o sexto país mais apontado pelas agências nesta edição –, o principal objetivo dos estudantes respondentes para a participação no intercâmbio foi realizar o sonho de conhecer países e culturas diferentes, antes mesmo do interesse de investir em idiomas.
A vivência internacional – especialmente uma experiência que envolva estudo, trabalho e turismo – e a ampliação dos horizontes motivam os brasileiros a procurar por um intercâmbio mais do que a importância de diferenciar o currículo.
A Pesquisa Selo Belta
A Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association) é um grupo de agências e instituições brasileiras que trabalham com intercâmbios e programas de educação internacional com 25 anos de atuação no mercado do país. Os seus objetivos são orientar os estudantes e profissionais brasileiros interessados em cursos no exterior e também manter a qualidade dos serviços oferecidos pelas agências que recebem o Selo Belta.
A Pesquisa Selo Belta propõe uma visão inédito do mercado de educação internacional no Brasil. Ela é realizada pelo Grupo de Pesquisa Mobilidades por questionário online tanto com estudantes que já foram ou pretendem ir para o exterior quanto com agentes, gestores de agências, franqueados, donos ou representantes de marcas de intercâmbio.
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