Quando for estudar no exterior, não importa o quanto estiver amando a experiência (e você vai amar!), tenha uma certeza desde já: “saudade” vai ser uma palavra constante no seu vocabulário. De casa, da família, da comida, da namorada (o), dos amigos, do cachorro... Isso é completamente normal. Viver longe, por mais recompensador que seja, é um aprendizado constante em administrar a saudade. É fazê-la não chegar a ser uma dor, saber amenizá-la quando ela aperta, manter-se ocupado com outras coisas.
E quando você retorna ao Brasil, é hora de administrar a saudade do seu destino de estudo. De tudo que você vivenciou, da universidade, dos lugares que frequentou, das pessoas que conheceu. Portanto, a partir do momento em que você decide deixar o país para estudar no exterior, vai aprender também o que é a saudade no seu sentido mais puro e gostoso.
Graças à tecnologia e à internet existem diversas maneiras de matar a saudade mesmo estando a milhares de quilômetros de distância de casa. Programas como o Skype e até mesmo as redes sociais como o Facebook permitem o contato diário com familiares e amigos, seja por mensagem ou pela webcam. É uma forma eficiente de enganar as saudades: você vê a pessoa e mantém a conversa em dia como se não tivesse partido; e o melhor: gratuitamente.
“Eu não ligava tanto para casa porque as ligações ficavam muito caras se falasse por muito tempo. Então, minha mãe aprendeu a usar o Messenger na época que eu fui para o México, para poder se comunicar comigo”, conta Geison Paulo, 24, sobre os seus 12 meses de intercâmbio na Universidad Madero. “Com essas conversas pela webcam ou simplesmente por texto no Messenger já amenizava a saudade, que não era exagerada porque eu tinha muita coisa pra fazer em relação a estudos e tantos lugares para ir, que a cabeça ficava tão ocupada e nem dava muito tempo de sentir saudade”, conclui.
Manter-se ocupado é outro fator que ajuda muito a enganar a homesickness (saudade de casa). E é muito simples de ser colocado em prática, pois você já estará inserido na nova rotina de estudos e terá uma cidade inteiramente nova para conhecer. Estudos, trabalhos, passeios, festas, sair com os novos amigos, viagens, baladas... Qualquer coisa vale para se distrair.
Amizades
Há uma discussão constante entre intercambistas sobre o malefício de conviver com outros brasileiros no exterior pelo simples fato de que a conversa será em português, enquanto, na verdade, deveriam treinar o inglês. Mas, durante os meus meses nos Estados Unidos, ter amigas brasileiras me ajudou muito. Apesar de falarmos mais em português do que deveríamos, a companhia delas era como um pedacinho do Brasil nos EUA. Não temos apenas a língua em comum, dividimos a mesma cultura e costumes. Tê-las por perto pode se fazer necessário de vez em quando, ao ser inserido em um ambiente tão multicultural como uma universidade internacional.
Mas é claro que ter amigos no exterior de qualquer nacionalidade é essencial para a experiência estar completa e a solidão não dar as caras. Começou a se sentir sozinho, com saudade de casa? Ligue para um amigo e combine de fazer algo juntos. É um remédio que nunca falha!
Plano de celular americano
Michelle Deuschle, 27, além da internet, achou uma solução diferente. Comprou um celular nos Estados Unidos e escolheu o plano pré-pago de quantia fixa mensal e ligações ilimitadas da operadora telefônica norte-americana T Mobile. “Você compra os cartões por mês e coloca no aparelho da mesma forma que fazemos no Brasil. Não precisa de contratos de dois anos de duração como a maioria dos planos vendidos aqui nos Estados Unidos”, explica.
Basta abastecer o seu celular com um cartão de U$50 para falar livremente e mandar SMS para qualquer número americano; e mais U$10 para falar livremente com qualquer telefone fixo do Brasil ou para mandar mensagens para celulares. Esta quantia de créditos durará por todo o mês e a operadora lhe avisará com um torpedo quando eles estiverem acabando. “Qualquer outro plano, os que você assina contrato, não tem essa promoção de falar ‘de graça’. Terão no máximo uns descontos por minuto, o que acaba saindo bem mais caro”, diz Michelle.
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