
No dia 23 de junho a população britânica vai às urnas para votar no plebiscito que decidirá a permanência ou a retirada do Reino Unido da União Europeia. A eleição tem sido chamada de Brexit, abreviação para Britain exit, ou saída da Grã-Bretanha; ou então de Bremain, abreviação de Britain remain, para quem defende que o país continue a fazer parte do grupo. Em 2012, houve uma discussão semelhante sobre a possível saída da Grécia, que ficou conhecida como Grexit.
Os eleitores terão de votar entre “permanecer” e “sair”. O resultado do plebiscito servirá de base para a decisão final tomada pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, no poder desde 2010. Cameron prometeu a realização do plebiscito durante as eleições parlamentares de 2015. Apesar de não ser oficial o resultado da votação, segundo especialistas, ir contra a decisão da maioria dos eleitores seria um suicídio político.
Parte da Comunidade Europeira desde 1973, formada por 28 países, o Reino Unido manteve a sua moeda libra esterlina e não aceitou integrar o Acordo de Schengen, uma convenção de 30 países que adotou uma política de abertura de fronteiras e livre circulação de pessoas. O Acordo permite que os habitantes se desloquem entre as nações participantes sem a obrigação de apresentar o passaporte nas fronteiras. O Reino Unido e a Irlanda já não fazem parte desta convenção, portanto, a apresentação de um documento de identidade se faz obrigatória, mesmo para europeus.
Além de uma disputa política, o Brexit tem caráter econômico. Apesar de não fazer parte do Espaço Schengen e de não adotar o euro, o Reino Unido integra desde 1993 o mercado único e a livre circulação de bens e pessoas. A relação entre o país e a União Europeia é complexa e sempre envolveu a discussão entre participação do país na centralização das leis e o controle nacional.
A União Europeia mantém o mercado único, sem impostos e tarifas comerciais entre os 28 países que a formam. A saída do Reino Unido da UE acarretaria em longas e complicadas discussões sobre as novas formas de comércio, exportações e importações, e imigração, que poderia se estender até 2020. Os que defendem a permanência salientam as consequências que a saída poderá causar na economia e nos negócios do país e na possível retaliação que o Reino Unido sofreria dos demais países da União para servir de exemplo e evitar outras saídas. Os que são contra a permanência acreditam que a economia britânica é forte por si só e muito mais criativa e dinâmica do que na época em que aceitou fazer parte da Comunidade Europeia.
Imigração
Outro grande motivo da discussão é a onde da imigração na Europa. A campanha do Brexit é contra o número alto de imigrantes que os países europeus vêm recebendo, e quer limitá-lo para uma quantia adequada à economia britânica – apesar de o país não ter se envolvido diretamente na recente crise de refugiados sírios. Nada se fala sobre os vistos de turista e de estudante.