Essenciais
Estados Unidos: Inscrevendo-se em uma universidade

Brasileira explica processo seletivo para Ciência sem Fronteiras

Mariana conta sua experiência no processo seletivo do Ciência sem Fronteiras; a brasileira vai estudar na San Diego State University, na Califórnia

Brasileira em San Diego - Ciência sem Fronteiras

Mariana Marrafon é uma brasileira de 23 anos. Estudante de Ciências Biológicas na ESALQ-USP, em Piracicaba (SP), ela acaba de viajar para os Estados Unidos para estudar na San Diego State University, na Califórnia,  pelo programa de bolsas de estudo do governo brasileiro, Ciência sem Fronteiras. Mariana é irmã da colaboradora do Hotcourses Brasil, Clareana Marrafon, que está retornando do intercâmbio em Dublin, Irlanda. Um volta, outra parte e, seguindo os passos da irmã, Mariana compartilha um pouco de sua experiência até agora.

 

 

Como foi o processo de seleção no programa Ciência sem Fronteiras?

O processo seletivo é dividido em três partes. Na primeira, você tem que passar pela a avaliação da sua universidade brasileira. Na minha universidade, os critérios utilizados foram: alunos com nenhuma ou poucas reprovações e ponderada (média de todas as suas notas) acima da média do curso. Na segunda etapa, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), instituição do governo federal responsável pelo programa, irá aprovar a sua candidatura. E, por fim, o IIE (Institute of Internacional Education), que presta serviço para Capes nos EUA, irá te alocar em alguma universidade.

 

Parece bem simples, mas todo esse processo é demorado e poderia descrevê-lo como agonizante! Fiz minha inscrição em outubro de 2013 e o resultado final com o nome da universidade foi sair só em junho de 2014, com um mês de atraso em relação ao cronograma que estava no edital! Detalhe: nesses nove meses de espera apenas tinha certeza do país para o qual iria, mas não tinha noção de universidade, cidade ou estado.

 

Você pode optar para qual país e instituição você queria ir? Se sim, quais eram as suas opções?

Com relação ao país pude optar, mais ou menos. Existem muitas opções de países para se fazer intercâmbio pelo Ciência sem Fronteiras. Ao total, são 21 países. Mas cada um deles existe notas mínimas de proficiência na língua. Como minha nota do TOEFL foi insuficiente para ingressar direito em uma universidade, tive que escolher um país que oferecesse curso de inglês antes de começar o curso acadêmico. Este curso é pago pelo Ciências sem Fronteiras e tem duração de seis meses, por isso meu intercâmbio terá duração de um ano e meio.

 

Quanto às instituições, pude optar sim. O IIE pede que você liste três instituições em ordem de preferência, mas não garante uma vaga em uma delas. As minhas opções eram: University of California , San Diego University of California, Los Angeles San Diego State University (na qual fui aprovada!).

 

Por causa de alguns alunos que, mesmo fazendo o curso de inglês, não conseguiram atingir as notas mínimas para ingresso em uma universidade, o governo brasileiro cancelou esse benefício e agora, nos novos editais, só serão aceitos candidatos com a proficiência mínima.

 

Como você chegou a sua opção final em San Diego?

Como tinha escolhido os EUA comecei a pesquisar instituições de ensino que fossem fortes na minha área de biotecnologia. Além disso, para minha escolha final, também levei em consideração a infraestrutura da universidade, a cidade em que ela se localizava e o clima.

 

Quais documentos você precisou providenciar para o processo seletivo?

Eles pedem muitos documentos, mas os mais importantes são:

-Histórico escolar em português e em inglês

-Teste de proficiência no inglês

-Carta de recomendação

-Passaporte

 

Contudo, eles também pedirão:

-Carta de intenção

-Plano de estudo

-Expectativa sobre o intercâmbio

-Entre outros...

 

Apesar de não obrigatório, atestado de iniciação científica (de preferência com bolsa do CNPq) ou alguma medalha em olimpíadas ou outro tipo de premiação lhe trará  preferência em relação aos demais.

 

Como foram os preparativos?

Os preparativos estavam daquele jeito! A Capes e o IIE cuidam da maioria da documentação. Dependo deles para quase tudo. São eles que escolhem minha moradia, meu plano de refeições, meu seguro saúde, preciso deles até para agendar o visto!

 

Você já sabe qual será sua acomodação estudantil?

Sim! Ficarei na The Suites on Paseo. No meu plano está incluso um quarto que será dividido com mais uma pessoa, mais a alimentação, com direito a café da manhã, almoço e janta. A localização é ótima, pois fica dentro da universidade e a algumas quadras do meu curso de inglês.

 

Como é a comunicação com a universidade? Eles lhe orientam durante a mudança?

Quando você recebe a carta de admissão da universidade, com ela vem o nome de seu orientador, que é a pessoa que ficará responsável por você durante todo o intercâmbio. Sempre faço contato com ela para tirar dúvidas simples como: se a universidade oferece serviço de transfer para o aeroporto. Mas a parte pesada da burocracia quem cuida é o IIE, então não tenho muito acesso a isso.

 

O que está incluso na bolsa de estudo do Ciência sem Fronteiras?

O programa custeia TODOS os seus gastos durante o intercâmbio, desde as taxas da universidade a passagens e material escolar. O programa também oferece um curso de inglês online chamado Inglês sem Fronteiras para pessoas que ainda não possuem a proficiência necessária, mas que gostariam de fazer intercâmbio, além de pagar a prova TOEFL ITP.

 

O programa atende estudantes de nível superior de instituições públicas e particulares.

 

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